Quinta, 28 de março de 2024
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Adaptações do Músculo Esquelético

  • VOLUME - O volume dos músculos esqueléticos pode ser estimulado pelos exercícios devido às sobrecargas tensional e metabólica. Sempre que a contração muscular encontra uma resistência, ocorre tensão em todas as estruturas do músculo. Essa tensão aumentada estimula os mecanismos de hipertrofia, hiperplasia, e proliferação conjuntiva. O metabolismo energético aumentado durante os exercícios caracteriza uma forma de sobrecarga metabólica, que estimula a hidratação e vascularização dos músculos. A hipertrofia é o mecanismo mais importante para explicar o aumento de volume dos músculos e consiste no acúmulo de proteina contrátil nas fibras, tanto brancas quanto vermelhas. A hiperplasia muscular consiste no aumento do número de fibras. Atualmente está documentada a proliferação das fibras musculares a partir das células satélites mas a hiperplasia poderá não ocorrer, se a destruição de fibras durante o exercício ocorrer na mesma proporção da proliferação, o que parece depender mais do volume do que da intensidade do treinamento. A proliferação do tecido conjuntivo funcional do músculo (endomísio, perimísio e epimísio) apresenta uma pequena contribuição para o volume muscular. A maior hidratação do músculo treinado decorre do aumento das reservas de glicogênio, que é reposto no período de recuperação dos exercícios. Cada grama de glicogênio retém quase três gramas de água, e a quantidade de glicogênio pode triplicar no músculo treinado. Este mecanismo é responsável pelo aumento da consistência do músculo treinado, fenômeno conhecido como "tonificação". Na realidade, o aumento real de tônus muscular é um fenômeno passageiro, restrito ao pós-exercício imediato. A vascularização muscular aumenta estimulada por diversos mediadores, entre eles o ácido láctico, com a finalidade de levar mais oxigênio e nutrientes para o músculo em exercício e para otimizar a remoção de catabólitos. Os exercícios com pesos são os mais eficientes para estimular todos os mecanismos responsáveis pelo aumento de volume muscular, principalmente quando realizados com cargas que permitam repetições entre seis e doze. Os exercícios aeróbios apresentam apenas um discreto aumento de volume por hidratação e vascularização, que se instala nos períodos iniciais de sua prática, não ocorrendo aumento volumétrico progressivo. Exercícios de alongamento produzem discreto estímulo de volume muscular por sobrecarga tensional.
  • FORÇA – O aumento de força induzido pelos exercícios ocorre pela hipertrofia, que aumenta a quantidade de miofibrilas nas fibras musculares, e pelo aprimoramento da coordenação no seu aspecto de recrutamento de unidades motoras. A força aumenta mais e mais rápido do que o volume muscular, evidenciando a importância da coordenação neuromuscular para essa qualidade de aptidão. Os exercícios com pesos são os mais eficientes para desenvolver a força, principalmente quando realizados com cargas que permitem cinco ou menos repetições. Essas cargas no entanto não são aconselhadas para grupos especiais como crianças, idosos e convalescentes, devido alto maior estresse sobre as estruturas articulares. Exercícios aeróbios não desenvolvem a força e os exercícios de alongamento o fazem com discrição.
  • POTÊNCIA – Essa qualidade de aptidão é uma associação de força com velocidade. Sendo a velocidade basicamente uma característica genética, com pouca influência do treinamento, o aumento da potência acompanha o da força muscular. Velocistas melhoram suas marcas com o treinamento de força devido ao aumento paralelo de potência ou seja, maior capacidade de aceleração. Exercícios aeróbios e de alongamento têm mínimo efeito na potência muscular.
  • RESISTÊNCIA – A maior resistência muscular observada nos músculos treinados ocorre principalmente por aprimoramento nos sistemas enzimáticos da produção de energia, aeróbios e anaeróbios, e por aumento das reservas de substratos como o glicogênio e gordura intra-celular. Os exercícios com pesos são os mais eficientes para aumentar a resistência nos esforços intensos e interrompidos, e os exercícios aeróbios, nos esforços menos intensos e mais prolongados. Os exercícios de alongamento são pouco eficientes para desenvolver resistência.
  • ELASTICIDADE – A proliferação de tecido conjuntivo funcional estimulada pela sobrecarga tensional explica o aumento da elasticidade observado nos músculos treinados com pesos e com exercícios de alongamento. Aspecto importante é lembrar que os exercícios com pesos apresentam uma fase implícita de alongamento, que é a contração excêntrica, apresentando portanto os mesmos benefícios dos exercícios de alongamento. Músculos treinados com pesos não ficam encurtados e também não ficam hipertônicos. Exercícios aeróbios não estimulam a elasticidade dos músculos.
  • COORDENAÇÃO NEUROMUSCULAR – A estimulação dos proprioceptores dos músculos e das articulações desenvolve a consciência corporal, otimizando reflexos de correção postural e de estabilização protetora dos seguimentos corporais. Admite-se que os exercícios com pesos sejam os mais eficientes para essa finalidade, devido aos movimentos lentos com carga, em toda a amplitude das articulações.

NÃO TOME MEDICAMENTOS SEM QUE SEJAM PRESCRITOS POR SEU ESPECIALISTA.

Dr. José Maria Santarem (Doutor em Medicina, Fisiatra e Reumatologista)
Diretor do Centro de Estudos HC-FMUSP de Medicina Esportiva